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terça-feira, 21 de agosto de 2012

O ELEITOR E O CONTROLE



O ELEITOR E O CONTROLE




ZERO HORA 21 de agosto de 2012 | N° 17168

EDITORIAL


O início do horário eleitoral obrigatório hoje marca a chegada da campanha eleitoral aos lares dos eleitores que até outubro precisarão definir a quem pretendem delegar o comando das decisões em mais de 5 mil cidades nas quais vivem o seu cotidiano. Ainda que as escolhas digam respeito às próprias comunidades, a propaganda em rádio e televisão constitui-se na etapa mais decisiva da campanha, justamente pela capacidade de atingir simultaneamente um amplo universo de munícipes. Esse potencial e o custo elevado que a estratégia implica – pois é gratuita apenas sob o ponto de vista de candidatos e partidos, não do país, que arca com o custo – reforçam a necessidade de o eleitor se manter mais no controle. Não apenas no controle remoto, mas também na avaliação criteriosa das mensagens que os candidatos tentam passar.
Invariavelmente rechaçada pelos eleitores, pelo fato de perturbar a programação normal e de insistir em fórmulas prontas para problemas resistentes das comunidades, a programação nada tem de gratuito e, muitas vezes, cumpre pouco com o seu aspecto eleitoral. Na verdade, o chamado horário eleitoral é pago pelo contribuinte, sob a forma de isenções fiscais que o governo concede às emissoras. E, em muitos casos, é usado para veicular uma imagem que pouco corresponde à do candidato, tratando em tese de questões sobre as quais os munícipes costumam ter mais conhecimento na prática.
O uso de elevados volumes de dinheiro num país em que faltam recursos para tudo o que depende do poder público, particularmente na área social, e em que boa parte costuma ser desviada por esquemas como o do mensalão, deveria contemplar não apenas quem quer sair vitorioso à custa de promessas. É importante que sirva também para quem tem interesse em debater alternativas viáveis para facilitar a vida dos cidadãos.
Os eleitores têm o dever de acompanhar com atenção as mensagens dos candidatos com espírito crítico. Assim, poderão discernir melhor quem está efetivamente disposto a contribuir para fortalecer a imagem da política e, em consequência, a administração pública e a própria democracia.



Postado por Jorge Bengochea às terça-feira, agosto 21, 2012

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