Livro narra a vida de agentes penitenciários dentro e fora dos muros
22/07/2014
http://cut.org.br/acontece/24524/livro-narra-a-vida-de-agentes-penitenciarios-dentro-e-fora-dos-muros
Realidade desses trabalhadores é objeto de pesquisa de conclusão de curso em Jornalismo
Escrito por: Isaías Dalle
Depois de lido esse livro, a expressão “puxada de tapete” ganha outro significado,
muito mais macabro e destrutivo do que a maioria pensa. “Vidas Encarceradas”
narra o cotidiano de agentes penitenciários do sistema prisional do Estado de São
Paulo e mostra como esse trabalho quase invisível – inclusive por força de uma política
de Estado que cerca essas pessoas de um sigilo que lhes ameaça a humanidade –
inflige dor para além dos muros da prisão.
muito mais macabro e destrutivo do que a maioria pensa. “Vidas Encarceradas”
narra o cotidiano de agentes penitenciários do sistema prisional do Estado de São
Paulo e mostra como esse trabalho quase invisível – inclusive por força de uma política
de Estado que cerca essas pessoas de um sigilo que lhes ameaça a humanidade –
inflige dor para além dos muros da prisão.
“Vidas Encarceradas” é resultado do trabalho de conclusão de curso de Andréia Coutinho
, Nathan Xavier, Guilherme Oliveira e Vanessa Ramos, recém-formados em Jornalismo
pela Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), de São Paulo.
, Nathan Xavier, Guilherme Oliveira e Vanessa Ramos, recém-formados em Jornalismo
pela Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), de São Paulo.
O tema escolhido foi um desafio e tanto, e o seria para qualquer repórter,
experiente ou não. Uma das características que cercam esses trabalhadores
e trabalhadoras é o silêncio do governo estadual paulista – e provavelmente de
tantos outros que vierem a ser pesquisados – a respeito das condições de vida
e saúde dessas pessoas.
Capa do livro. Arte de Vitor Teixeira
“Nossa maior dificuldade foi acessar o poder público e ter transparência
dos dados e estatísticas sobre adoecimento e internação desses trabalhadores,
por exemplo. O governo alega segredo em nome da segurança pública e esconde
a realidade”, conta Vanessa, que é jornalista da Secretaria de Comunicação da
CUT-SP. A atestar a dificuldade, depoimentos de jornalistas de grandes
veículos de comunicação, especializados na cobertura policial e de segurança
pública, narram a impenetrabilidade desse universo.
Para driblar os obstáculos oficiais, a equipe de pesquisadores recorreu a
entrevistas com mais de 40 profissionais do setor, a maioria com nomes
trocados para preservar sua integridade. O texto utiliza-se especialmente de
quatro dessas histórias, emblemáticas pela dramaticidade. Pessoas adoecidas –
uma delas chega a tomar mais de 400 comprimidos tarja preta por mês para
suportar o sofrimento, enquanto outra tem sintomas de Doença de Chagas,
como um coração absurdamente inchado, sem jamais ter contraído essa
enfermidade. Um coração massacrado pela pressão psicológica.
O movimento sindical que representa a categoria também foi importante
fonte de informações para o grupo, que agora pretende ampliar a tiragem
da segunda edição do livro, já que a primeira, embora feita com rigor
profissional, foi limitada a poucos exemplares. Por isso, os jornalistas
estão em busca de uma editora.
O texto ganha mais relevância diante da escassez de pesquisas sobre o
tema. Dos trabalhos acadêmicos consultados pelo grupo, a maioria trata
de outro componente dessa vida intramuros, os presidiários.
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