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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Livro narra a vida de agentes penitenciários dentro e fora dos muros

Livro narra a vida de agentes penitenciários dentro e fora dos muros

22/07/2014
http://cut.org.br/acontece/24524/livro-narra-a-vida-de-agentes-penitenciarios-dentro-e-fora-dos-muros

Realidade desses trabalhadores é objeto de pesquisa de conclusão de curso em Jornalismo

Escrito por: Isaías Dalle

Depois de lido esse livro, a expressão “puxada de tapete” ganha outro significado,
muito mais macabro e destrutivo do que a maioria pensa. “Vidas Encarceradas”
narra o cotidiano de agentes penitenciários do sistema prisional do Estado de São
Paulo e mostra como esse trabalho quase invisível – inclusive por força de uma política
 de Estado que cerca essas pessoas de um sigilo que lhes ameaça a humanidade –
inflige dor para além dos muros da prisão.
“Vidas Encarceradas” é resultado do trabalho de conclusão de curso de Andréia Coutinho
, Nathan Xavier, Guilherme Oliveira e Vanessa Ramos, recém-formados em Jornalismo
pela Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), de São Paulo.



O tema escolhido foi um desafio e tanto, e o seria para qualquer repórter,
 experiente ou não. Uma das características que cercam esses trabalhadores
e trabalhadoras é o silêncio do governo estadual paulista – e provavelmente de
 tantos outros que vierem a ser pesquisados – a respeito das condições de vida
e saúde dessas pessoas.





Capa do livro. Arte de Vitor Teixeira





“Nossa maior dificuldade foi acessar o poder público e ter transparência
dos dados e estatísticas sobre adoecimento e internação desses trabalhadores,
por exemplo. O governo alega segredo em nome da segurança pública e esconde
a realidade”, conta Vanessa, que é jornalista da Secretaria de Comunicação da
 CUT-SP. A atestar a dificuldade, depoimentos de jornalistas de grandes
 veículos de comunicação, especializados na cobertura policial e de segurança
pública, narram a impenetrabilidade desse universo.


Para driblar os obstáculos oficiais, a equipe de pesquisadores recorreu a
 entrevistas com mais de 40 profissionais do setor, a maioria com nomes
trocados para preservar sua integridade. O texto utiliza-se especialmente de
quatro dessas histórias, emblemáticas pela dramaticidade. Pessoas adoecidas –
uma delas chega a tomar mais de 400 comprimidos tarja preta por mês para
suportar o sofrimento, enquanto outra tem sintomas de Doença de Chagas,
como um coração absurdamente inchado, sem jamais ter contraído essa
enfermidade. Um coração massacrado pela pressão psicológica.


O movimento sindical que representa a categoria também foi importante
 fonte de informações para o grupo, que agora pretende ampliar a tiragem
 da segunda edição do livro, já que a primeira, embora feita com rigor
 profissional, foi limitada a poucos exemplares. Por isso, os jornalistas
estão em busca de uma editora.


O texto ganha mais relevância diante da escassez de pesquisas sobre o
 tema. Dos trabalhos acadêmicos consultados pelo grupo, a maioria trata
 de outro componente dessa vida intramuros, os presidiários.

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